Um começo promissor.
Fala pessoal!
Hoje venho para falar um pouco da série Titans, inicialmente transmitida no serviço de streaming da DC e agora liberada pela Netflix.
Iniciei a campanha de ver a série ignorando totalmente as críticas que ela recebeu em sua produção, principalmente as críticas envolvendo a atriz Anna Diop e sua personagem Estelar. Dedicamos um post inteiro a este assunto AQUI.
Mas já que começamos falando sobre a produção, vamos iniciar este preview contextualizando o leitor/telespectador.
Titans é uma HQ criada inicialmente na década de 60, sob a premissa de focar nas histórias dos ajudantes dos principais heróis da DC. Sendo assim, Robin, Kid Flash e Aqualad foram unidos em 1964 para o que ficou conhecido como a primeira aventura dos Titãs da DC. E edição The Brave and The Bold #54 uniu os jovens heróis para derrotar o vilão Senhor Ciclone.
A edição #60 da mesma série adicionou a Moça Maravilha, que foi quem fundou, junto dos outros três heróis, os Titãs propriamente ditos. A colocação dos heróis ajudantes (a exceção da Moça Maravilha, cuja história e origem são bem complexas para que ela seja chamada de uma "ajudante") em um grupo foi sucesso imediato na época e gerou uma revista própria em 1966. Infelizmente as vendas não foram tão boas quanto previsto, fazendo com que a revista fosse cancelada em 1973.
Durante o período, a formação dos Titãs foi um pouco alterada. Ricardito, ajudante do Arqueiro Verde, ingressou a equipe no volume #4 da série própria, sendo colocado posteriormente como um membro fundador. Rapina e Columba também foram inseridos (estes aparecem na série da Netflix), assim como Aquagirl e Lilith Clay.
Na década de 80, quando a Marvel vencia a DC nas vendas de revistas, Jenette Kahn assumiu o posto de presidente da DC. Juntamente com Marv Wolfman e George Perez, eles repaginaram os Titãs e ajudaram a redefinir os rumos dos heróis.
Importante ressaltar que a série da DC/Netflix é baseada neste período
The New Titans #01 foi publicada em Novembro de 1980. Ela introduziu novos heróis ao grupo fundador: Robin, Moça Maravilha e Kid Flash.
Mutano, que havia sido utilizado nos volumes da década de 70, foi reintroduzido ao grupo, juntamente com Cyborg, Estelar e Ravena.
O time oficial dos titãs sempre foi muito mutável e muitos heróis fizeram parte dos vários arcos de histórias, mas neste post vou me concentrar apenas no grupo que faz parte da série da Netflix. Posteriormente, posso fazer um compilado com os outros heróis que compuseram o time ao longo dos arcos.
Os Personagens
Robin/Asa Noturna - Dick Grayson
O Robin é um dos personagens mais icônicos do universo da DC. O companheiro do Batman apareceu nas HQs ainda na década de 40, nas edições da Detective Comics, e ganhou fama e renome através dos tempos. Muitos Robins fizeram parte do universo, mas aqui vamos falar sobre Dick Grayson.
Integrante de uma família de acrobatas de circo, Dick Grayson acaba ficando órfão quando seus pais são assassinados. Ele é apadrinhado por Bruce Wayne, que o ensina técnicas de detetive e artes marciais. Dick se transforma em Robin, um ajudante obediente e brincalhão de Batman, até se transformar o Asa Noturna, mais independente e sério. Ele é o líder dos titãs na maior parte do tempo nas HQs.
Ravena foi criada por Marv Wolfman e George Perez especialmente para a fase da década de 1980. Rachel Roth é uma híbrida entre humano e demônio. Sua mãe é Angela Roth e seu pai é o demônio destruidor Trigon. Graças a esta união, Ravena possui a habilidade de teletransportar e controlar a sua alma, podendo lutar fisicamente com ela. Ela também possui a capacidade de manipular pessoas.
Porém Ravena possui três vidas distintas nas histórias em HQs. Na primeira, ela possui um treinamento em Azarath, que é uma dimensão alternativa, onde ela aprende a controlar suas emoções e reprimir seu lado demoníaco.
Na série somos apresentados a Rachel Roth, que seria a terceira vida de Ravena. Ela reencarna em Rachel Roth, que era uma adolescente na época. Um culto denominado Igreja de Sangue era formado por adoradores de Trigon e acreditava-se que a união de Ravena com um Irmão de Sangue resultaria no Armageddon (algo que é visto logo no primeiro episódio da série).
O primeiro Mutano da DC aparece nas HQs em 1964, mas não era terráqueo e nem era um herói. Foi somente em 1965 que Garfield Logan aparece e acaba sendo introduzido ao grupo Patrulha do Destino. que era quase uma versão da DC de X-Men.
Mais tarde, já na década de 80, Mutano é introduzido ao grupo dos jovens titãs de Jenette Kahn. Entre as suas diversas origens, Mutano era filho de dois geneticistas que numa viagem a Africa acaba sendo atacado por um macaco de uma espécie rara e é contaminado por uma doença que o mataria em 48 horas. Seus pais então decidem utilizar uma técnica de manipulação genética para salvar o jovem, que é salvo, mas acaba com "efeitos colaterais".
Mutano, além de ter uma pele de tonalidade esverdeada, possui a habilidade de se transformar em qualquer animal, com uma cor esverdeada.
Estelar - Kory Anders/Koriand'rA princesa Koriander (ou Koriand'r) nasceu no planeta Tamaran, onde seus habitantes conseguem manipular a energia do sol e transformar em energia plena. Na origem da heroína conta-se que ela possui uma rivalidade com sua irmã, a princesa Komand'r, que por uma deficiência tornou-se incapaz de absorver luz solar.
Estelar também foi criada por Marv Wolfman e George Perez especialmente para a série lançada em 1980 dos Titãs, tendo sua primeira aparição na edição #26 da DC Comics Presents.
Neste arco, Koriander é entregue como escrava após sua irmã invadir o planeta natal delas em uma vingança, pois ela havia perdido o direito ao trono ao perder sua habilidade solar. Koriander acaba fugindo e indo para na Terra, sendo perseguida pelos membros da Cidadela. Ela encontra proteção com os jovens titãs, liderados por Robin, contra a Cidadela e passa a integrar o time deles.
A inserção de Ravena e Estelar na época foram marcos na história dos Titãs e ajudaram a popularizar o time entre os fãs. Os titãs acabaram por abordar temas como demônios e poderes mágicos, bem como, no caso do Cyborg, temas mais pessoais de superação que falavam com o leitor de uma forma bem mais intensa.
E mesmo passando por várias transformações ao longo do tempo, com vários heróis integrando o time, Titãs conseguiu, com HQs, desenhos e agora a série, atravessar o tempo e conquistar novos fãs, passando suas mensagens heroicas e suas aventuras.
Portanto, dê uma chance a série, assim como eu estou dando. Ignore só um pouco os desenhos recentes, que foram bem sucedidos em suas abordagens, e assista a série, que é bem mais dark e com uma outra abordagem. Acho que valerá a pena.
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