Menu


Social

Review | Detroit: Become Human (SEM SPOILERS)


Uma experiência fascinante!

Fala pessoal!

O post de hoje será um pouco mais longo do que de costume. Trata-se do review do belíssimo e recém lançado jogo Detroit: Become Human.

É um jogo, mas poderia ser um livro...

Detroit: Become Human é um jogo produzido pela Quantic Dream, lançado no último dia 25 de Maio exclusivamente para PS4. O jogo detalha a história futurista de Detroit, que em 2038 se tornou uma cidade avançada tecnologicamente a ponto de possuir androides com aparência humana que trabalham e servem seus donos bem ao estilo ficção científica de Hollywood.

A Quantic Dream é uma produtora conhecida pelos jogos Heavy Rain e Beyond: Two Souls, e em Detroit a pegada é a mesma. Com a sua ampla experiência em captura de imagens, a empresa produz jogos no estilo Storytelling onde o roteiro é o ponto alto da experiência. A mecânica do gameplay é baseada em exploração visual alternando com os chamados Quick Time Events.

Pequenas explanações para quem não curte muito videogames e está perdido nos termos:



Storytelling é um jogo onde o roteiro e a narrativa são o foco. Jogos famosos neste estilo normalmente não incluem grandes dificuldades na jogabilidade, pois o que importa aqui é a história que está sendo contada e o desenvolvimento dos personagens.

Quick Time Events é uma característica de jogabilidade em alguns games onde um botão ou um conjunto de botões é exibido na tela durante o jogo e o jogador dispõe de algum tempo (normalmente alguns segundos) para pressionar os botões em uma determinada ordem ou por um espaço de tempo.

O foco é o roteiro...



Como eu disse, o roteiro gira em torno de uma cidade futurista onde a Inteligência Artificial é uma realidade. Temos o controle de três personagens, que são androides, e o gameplay nos possibilita realizar uma série de escolhas ao longo dos eventos, definindo o destino de cada um.

Aos amantes de livros, jogos neste estilo são os preferidos (o que é o meu caso), pois permite ao jogador participar ativamente do roteiro do jogo, mudando eventos e alterando o final da história. Normalmente os finais são variados, mas em Detroit: Become Human as possibilidades são realmente variadas e produzem diferenças alarmantes nos personagens principais e secundários.

Sem Spoilers...

Podem ficar tranquilos, pois como prometido, não darei spoilers do roteiro. Até porque estou começando o jogo pela segunda vez, tentando trilhar um caminho diferente do que fiz de primeira.

Como falei dos personagens, deixe-me apresentá-los.

Antes de mais nada, importante ressaltar que a Quantic Dream fez um belo trabalho de ambientação, trilha sonora e acertou em cheio na escolha dos atores que dão vida aos protagonistas. Falarei mais dos demais aspectos posteriormente, e deixarei alguns vídeos aqui que ajudam na compreensão do que estarei dizendo. Recomendo que vejam os vídeos.

Kara



A primeira protagonista que abordo aqui é Kara, pois foi com ela que tudo começou.


Em 2012 a Quantic Dream realizou uma demonstração chamada Kara. A ideia era demonstrar a capacidade de uma nova engine, que na época foi executada no PlayStation 3 a 50% de sua capacidade.

A atriz Valorie Curry interpretou e deu vida a Kara. Abaixo deixo o vídeo e os bastidores desta produção. A escolha da atriz se deu após a equipe se impressionar com a audição de Valorie, que foi escolhida num grupo de 100 atrizes. De fato, ao vermos o vídeo dos bastidores da pra ver a qualidade e a capacidade da atriz. Tente não se emocionar. Falhe miseravelmente.






Valorie é conhecida por interpretar Emma Hill em The Following, e aqui dá um show total de interpretação num game que exige muito disso.

Kara é uma androide empregada, projetada para cuidar da casa, servir de babá e demais afazeres domésticos. Ela é uma androide modelo AX400 que acaba sendo comprada por um homem rude que maltrata sua filha, Alice.

Nesta temática, o peso das cenas de Kara são enormes e muito bem interpretados pela atriz. E as escolhas que você tomar certamente trarão respostas surpreendentes nesta trama.

Markus



Interpretado por Jesse Williams, o Dr. Jackson Avery de Greys Anatomy, Markus é um androide acompanhante que pertence a Carl Manfred, um renomado artista que possui dificuldades de locomoção. Markus auxilia o artista nos afazeres domésticos como um mordomo e mensageiro. Carl Manfred é interpretado por Lance Henriksen, ator de vários trabalhos como Into the Badlands, Criminal Minds, NCIS e jogos como Star Wars The Old Republic, Mass Effect 2 e 3.

Markus tem a personalidade calma, mas possui uma forte determinação e senso de justiça. Instigado e influenciado por Carl, ele sempre acaba pensando mais profundamente em questões filosóficas, bem diferente dos demais androides.

Ah, como o jogo é localizado para o Brasil, a voz da versão brasileira é feita pelo mito Wendel Bezerra. Sem mais...

Connor



E por fim temos o certinho do trio. Connor é um RK800, um dos androides mais evoluídos da empresa Cyberlife, que atua como policial e investigador criminal. Ele segue as regras de sua programação a risca, sem questionar. Ele foi desenvolvido para investigar os Divergentes, androides que por algum motivo se recusam a seguir sua programação base e acabam gerando problemas ao colocar humanos em perigo.

Connor é interpretado por Bryan Dechart que atuou também no jogo Mafia III e participou de séries como True Blood, Jane by Design e Law and Order.

Roteiro, e que roteiro!



Aqui é o ponto alto do jogo. Tanto o roteiro como a direção tem a assinatura de David Cage. Ele é a mente por trás de Heavy Rain, Beyond Two Souls e Fahrenheit, todos da Quantic Dream e também excelentes neste quesito.

Como eu falei anteriormente, Detroit: Become Human se passa em Detroit no ano de 2038. Androides produzidos pela empresa Cyberlife são parte da sociedade. A primeira androide desenvolvida pelo gênio Elijah Kamski, fundador da empresa, Chloe, uma androide modelo ST200, passou com facilidade pelo teste de Turing e iniciou toda uma era de desenvolvimento tecnológico onde androides são utilizados como ajudantes dos humanos.



O vídeo acima mostra bem a capacidade da engine e o desenvolvimento do background em Detroit. Mas é óbvio que nem tudo são flores.

Humanos são cruéis, como de costume. E androides com inteligência artificial avançada começam a agir por conta própria. A primeira missão, onde encarnamos Connor, trata de um androide divergente que, ao descobrir que seria trocado por um modelo mais novo, decide atacar seu dono e fazer a filha dele como refém. Connor é chamado para intervir com suas habilidades, descobrindo o que levou o divergente Daniel a cometer aquele crime, conduzindo uma investigação ao lado do excêntrico Tenente Anderson.

O intuito da investigação era descobrir porque os androides começavam a agir contra sua programação. Na verdade, ao jogarmos por pouco tempo fica fácil perceber o motivo. Androides passam a ser maltratados por humanos das mais diversas formas.

O problema é que, como mostrado no jogo, os androides acabam se tornando uma mão de obra melhor em diversas funções. Pense em ter uma empregada que não precisa comer nem dormir. Ou um motorista que nunca se cansa e nem precisa de salário. E ainda por cima sendo inteligentíssimos!

Logo vemos que a convivência entre humanos e máquinas é delicada. De um lado aqueles que defendem que os androides devem ser desligados, abrindo caminho para a geração de mais empregos. Do outro lado estão aqueles que defendem que a tecnologia não deve ser parada por questões filosóficas.

E no meio disso tudo estão os androides, sofrendo abusos de parte da sociedade e seus donos e tendo inteligência para discernir estes abusos.

Não é difícil ao jogador se apegar a causa dos androides. São muitos os abusos.

Kara é agredida por Todd enquanto tenta proteger uma filha de seu pai viciado e egoísta. Markus sofre ao ver o filho de Carl explorar o velho pai. Connor, mesmo lidando de uma forma mais pragmática, acaba vendo em Anderson como as relações humanas são frágeis e como isso deve ser tratado.

Quando somos apresentados a resistência androide tudo fica ainda mais complicado. Vemos vários androides que serviam de cinzeiro para seus donos, ou eram abusados sexualmente. Todas as histórias que vão sendo contadas nos ajudam a entender as motivações dos androides, mas é o jogador que define a direção que o roteiro irá seguir.

É emocionante ver o desenrolar da história conforme mais personagens vão sendo mostrados. Cada um tem suas motivações contra ou a favor dos androides e cabe ao jogador decidir quem é justo e quem é injusto.

Tudo isso é ajudado com uma qualidade gráfica incrível tanto na captura de movimentos dos atores como nos ambientes desenhados.

Detroit: Become Human é um jogo de sentimentos e ações que levam o jogador a pensar em temas profundos e atuais. Bullying e preconceito são apenas algumas camadas de um entrelaçado de histórias que nos levam a refletir a real condição humana e nos faz pensar na bondade e também na maldade inerente a nossa raça.

É até difícil explicar na totalidade tudo o que eu senti jogando este jogo. Estou iniciando uma nova campanha, onde tentarei seguir outros caminhos, mas a sensação é que Detroit é um jogo para ser revisitado sempre que for possível. Sua mensagem atual, a qualidade da produção e das atuações, enfim... Tudo nos faz pensar e refletir.

Deixo abaixo um vídeo com a trilha sonora do jogo, e aqui me despeço, convidando todos os que puderem a darem uma chance a este jogo fantástico.



E fico aguardando os comentários para saberem se vocês querem um gameplay especial de Detroit: Become Human.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Posts Recentes