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Review: Horizon - Zero Dawn



Uma obra prima...



Olá pessoal! Hoje vou abrir uma exceção que há tempos não faço na coluna. Não vou falar de livros, mas de um roteiro e uma história tão boa que poderia se tornar um.

Existem vários exemplos de games que se tornaram livros. Temos Assassin's Creed, cujos reviews de todas as aventuras podem ser encontrados aqui no nosso portal, God of War, Halo, entre tantos outros. Infelizmente o jogo que trato aqui não é o caso (ainda), mas possui uma história tão profunda e empolgante que eu não me surpreenderia se um livro for lançado em breve.

Estamos falando de Horizon - Zero Dawn.

Lançado pela Guerrilla Games no dia 28/02 deste ano, Horizon - Zero Dawn vem arrancando aplausos de toda a comunidade gamer, críticos e youtubers. Seja pelos gráficos surpreendentes, ou pela dinâmica da jogabilidade, o jogo já é cotado para receber o prêmio de Game of the Year.

O destaque aqui na nossa coluna fica para o enredo.

E por que eu estou fazendo justamente este destaque?

Com certeza existem analístas bem melhores do que eu para analisar todo o conteúdo gráfico, a engine, gameplay e detalhes do jogo. Vários Youtubers fizeram análises, gameplays em série com toda a história e seria repetitivo trazer tudo isso em texto diante de tanto conteúdo existente. Sendo assim, vou me concentrar no enredo.



DAQUI EM DIANTE HAVERÃO SPOILERS DO JOGO. SE VOCÊ NÃO JOGOU OU NÃO QUER VER SPOILERS, PARE DE LER AGORA!!

Aviso dado, Horizon inicia com Rost, um exilado da tribo dos Nora que recebe a incumbência de criar um bebê que é deixado com ele pela Matriarca dos Nora Teersa. Vemos no começo Rost desafiando o conselho das matriarcas, o qual era formado pelas anciãs Teersa, Lansra e Jezza. Apenas Teersa aprovava a ideia de consagrar o bebê conforme o costume dos Nora e é ela quem ajuda Rost no processo. Rost então levanta o bebê bem ao estilo Rei Leão e pronuncia o nome, consagrando assim o bebê à Mãe de Todos.

Aloy é o nome dado e a partir daí acompanhamos o desenvolvimento da criança, que por ser criada por Rost, um homem marcado por anos vivendo no exilio e com um background triste, passa a ser tratada como exilada e não pode entrar nos principais locais da tribo. Vemos isso bem no preconceito das outras crianças e adultos com a jovem menina de cabelos ruivos.

Aloy vai crescendo e sua força e espirito aventureiro desbota ainda nos primeiros anos. Ela é curiosa e não entende como a religião pode afetar sua vida, tornando-a uma exilada sem que ela tivesse escolha. Um dia, por mera curiosidade, Aloy decide explorar algumas ruínas que eram proíbidas aos Nora. Estas ruínas eram conhecidas como sendo do "povo metálico", que foram os humanos que viveram muitos anos antes dos Nora. Ao entrar, Aloy encontra um dispositivo estranho chamado Foco. Este dispositivo, quando plugado em sua têmpora direita, permite que a menina veja coisas que não são visíveis sem ele, como rotas, pistas e itens. Ao sair, Rost não acredita na menina, mas ao vê-la salvar um garoto, desviando da rota dos robôs em uma planície, ele fica convencido.

Os robôs na natureza de Horizon são um caso a parte. Máquinas em formato de vários animais caminham pelo mundo enquanto seguímos concluindo nossas missões. E tudo tem um porquê.

Mas voltando a Aloy, a menina cresce e se transforma numa jovem mulher habilidosa e muito corajosa, de personalidade forte e gênio quase indomável. Em uma conversa com Rost lhe é revelado que existe um ritual chamado Provação na tribo dos Nora que permitira Aloy a ser aceita na Tribo. Tudo o que a ela queria era poder sair e explorar novas partes do mundo em busca de respostas para sua vida. Ela desejava ter mais informações sobre seus pais, uma vez que nem Rost nem as anciãs revelavam muito sobre o seu passado e suas origens.

O dia da Provação é um desastre. Aloy vence, porém um grupo de mercenários ataca a cidade e mata várias pessoas a sangue frio. Aloy era o alvo, mesmo sem saber o motivo, e quase morre também. Ela é salva por Rost, que dá a própria vida por ela.

Após a batalha Aloy cai de uma ribanceira e fica desacordada e Rost morre nas mãos de um cruel mercenário chamado Helis. Aloy é resgatada pelas anciãs e acorda dentro da montanha sagrada dos Nora. Caminhando pelos corredores, Alor desperta um portal que ficava no local de culto dos Nora. O portal revela ser uma máquina com uma programação em que o usuário era escaneado e se fosse compatível poderia entrar. A máquina revela que Aloy era 98% compatível com Elisabeth Sobeck, e mostra a imagem para ela. A garota fica impressionada com a semelhança entre ela e Elisabeth e descobre que Teersa a encontrou naquele lugar quando recém nascida. As anciãs fazem de Aloy uma emissária, permitindo assim que ela pudesse visitar todas as cidades dos Nora e além, nas terras dos Carja, dos Oseram e mais.

Vemos Aloy desenvolver várias virtudes e habilidades enquanto sua experiência como caçadora se desenvolve. Aloy aprende a utilizar as máquinas e pegar seus suprimentos, conseguindo convertê-las e dominá-las. Mas o mistério envolvendo sua possível mãe ficam sempre em primeiro plano e este é o objetivo principal do jogo: Descobrir quem é Elisabeth Sobeck e por que as máquinas atacam os humanos.

São horas e mais horas de missões secundárias, tarefas e puzzles que, quando resolvidos, aumentam ainda mais o conhecimento sobre o vasto mundo criado. Cidades imensas construídas, cada uma com uma história específica, bem como as tribos e grupos que encontramos no decorrer do gameplay.

E então, perto do fim, juntando todas as peças deste imenso quebra-cabeças, Aloy descobre a verdade.

Por volta do ano 2030, Ted Faro, dono da Faro Automated Solutions, ou FAS (ou ainda Empresas Faro), iniciou um projeto de construção de máquinas robóticas totalmente independentes visando a segurança nacional.

É claro que como em toda boa ficção as máquinas saíriam do controle. Ted Faro imaginou que as máquinas autônomas garatiriam a segurança não só dos EUA mas como de todo mundo e em pouco tempo suas invenções dominaram toda a rede mundial de defesa. As máquinas foram aprimoradas e passaram a consumir matéria, transformando a massa consumida numa espécie de biomatéria, capaz de gerar novas máquinas a partir desta matéria prima. Sendo assim, as máquinas puderam se reproduzir e criar novas máquinas de combate numa velocidade impressionante. E é claro que isso não iria parar.

Temendo o pior, Faro consulta Elisabeth Sobeck, uma cientista renomada, para verificar o código em busca de uma falha. Elisabeth conclui que nasa impediria as máquinas de consumirem toda a vida biológica da Terra para formarem novas máquinas e que a humanidade estava correndo um sério perigo. O conselho da FAS solicita que Elisabeth busque uma cura, mas numa reunião posterior ela conclui que não havia nada a ser feito, uma vez que a taxa de replicação das máquinas era superior a taxa em que elas eram destruídas pelos militares ao redor do mundo.

Então ela propoõe o Projeto Zero Dawn.

O projeto tinha como proposta algo simples: Ao redor do mundo, vários abrigos seriam montados para proteção contra as máquinas. Como toda a vida biológica seria consumida, não haveria como os humanos sobreviverem e não havia espaço físico suficiente para estocar alimento por um tempo indeterminado. Sendo assim, estas montanhas seriam o local onde os genes de toda a vida natural seria alocado. As máquinas dominariam o mundo e eventualmente venceriam a guerra e depois disso toda a vida seria consumida. Quando a massa fosse consumida, as máquinas iriam entrar em hibernação e a Terra se transformaria em uma imensa rocha sem vida.

Neste ponto entraria em ação GAIA.

Gaia era um cérebro imenso dotado de IA e com capacidade de aprendizado. Ela seria a responsável por gerenciar os novos humanos que seriam feitos em laboratório dentro das montanhas. Alguns selecionados seriam os Alfas, que seriam responsáveis pela condução do projeto dentro das montanhas. Eles teriam alimento para toda a vida, mas eventualmente morreriam, uma vez que demoraria muito tempo para GAIA reconstruir toda a biologia da Terra.

Elisabeth era a Alfa Prime e responsável por GAIA. Ela propôs outras funções com nomes de deuses gregos. Não vou entrar no mérito de todos, mas cada função era responsável por uma parte da recriação do mundo. Os mais importantes eram Apolo e Hades.

Apolo era responsável por todo o conhecimento humano. Ele iria instruir toda a nova humanidade e mostrar toda a história da Terra até o ponto em que as máquinas saíram do controle. Hades era a função responsável por apagar e reiniciar. Ele teria o poder de destruir a criação de Gaia se algo desse errado, para que ela pudesse recomeçar do zero.

Elisabeth não pôde concluir sua obra, uma vez que ocorre um problema numa das portas da montanha e ela acaba indo concertar, ficando presa do lado de fora. Os Alfas passam a ser liderados por Ted que altera o plano de Elisabeth. Ele decide que a nova humanidade não poderia repetir os mesmos erros e para isso eles deveriam começar do zero literalmente. Ele destroi Apolo para que os novos humanos não saibam das histórias e decide matar os Alfas, bem como a si mesmo.

Porém, muito tempo depois, quando o planeta já estava praticamente todo reconstruído, Gaia percebe um problema. Suas criações, maquinas em formato de animais ja populavam o mundo, bem como alguns animais, flora e humanos, é claro. Por algum motivo, Hades tenta dominar o núcleo e destruir a criação de Gaia. Num esforço de manter Hades sob controle, Gaia destrói seu núcleo, mas antes utiliza o material genético de Elisabeth para criar um clone dela. Gaia deixa uma mensagem para Elisabeth, mas receia que ela jamais veria a mensagem, uma vez que Hades destrói o processo de verificação genética que é o mesmo que Aloy encontra dentro da caverna das anciãs.

Com este conhecimento, Aloy descobre como reativar Gaia e destruir Hades, que foi colocado pelos membros do Eclipse - os mercenários, liderados por Helis - dentro de um casulo de metal.

Auxiliada pelo misterioso Sylens, Aloy lidera os povos contra os membros do Eclipse e Hades. Fazendo todas as missões secundárias você terá ajuda de vários amigos que são encontrados ao longo do jogo, o que torna a experiência ainda mais divertida.

Sejam nas batalhas contra monstros gigantes que demoram vários minutos para serem vencidos, seja a imensidão do mundo criado em mapa aberto, jogabilidade, trilha sonora, etc, Horizon é um dos melhores jogos que já joguei até hoje no estilo Single Player, com uma história cativante que rivaliza até mesmo com The Last Of Us.

Horizon Zero Dawn é muito mais do que um jogo. O roteiro desenvolvido pela Guerrilla Games é impecável e com certeza contará com uma ou muitas continuações.

Enfim, espero que tenham gostado desse review do roteiro e se você ainda não jogou, aconselho que jogue.


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