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Review: Assassin's Creed - O Filme (SEM SPOILERS)



Após diversos posts explicando cada jogo da série Assassin’s Creed ao longo dos tempos, finalmente fomos conferir o filme, que estreou aqui no Brasil no último dia 12.

Desde já informo que este review não terá spoilers, então se você ainda não viu, pode ficar tranquilo.



Da mesma forma, não vou me prender a aspectos técnicos do filme. Existem vários críticos de cinema e analistas melhores do que eu para isto, então se você quer uma análise técnica do filme, não é comigo.

Está é uma análise de um fã, que sempre gostou e consumiu os jogos produzidos pela Ubisoft, desde o primeiro Assassin’s, mas também procurei fazer uma análise bem realista, sem a empolgação de um fã, mas entendendo que, num filme baseado num jogo tão famoso como esse, o fã é o primeiro público a ser cativado. Se você faz um filme, baseado num jogo ou livro e não liga para como o fã vai reagir, me desculpe, mas seu projeto tem grandes chances de ir para o brejo.

Neste ponto (e aqui já inicio o review) Assassin’s Creed – O Filme não deixa a desejar.

Por motivos óbvios, já citados nos demais artigos desta série, Assassin’s Creed se passa em dois períodos distintos. Geralmente um período histórico importante e o presente. No contexto do universo Assassin’s, a Abstergo, uma empresa de tecnologia e com amplo suporte financeiro, descobriu que os seres humanos possuem, em seu código genético, toda a história de seus ancestrais, passadas de geração em geração. A Abstergo então desenvolve o Animus, uma máquina capaz de sincronizar os dados genéticos do usuário e resgatar as memórias dos ancestrais, fazendo com que possamos vivenciar todas as experiências do passado, sem alterá-lo. Qualquer tentativa de alteração provoca uma falha no sincronismo e a memória não consegue ser visualizada, causando uma desconexão do usuário.


No filme vemos Callum Lynch (Michael Fassbender), um homem condenado a pena de morte por um crime de assassinato. Revemos parte da sua história, quando, ainda criança, Cal vê seu pai assassinar sua mãe. O garoto foge e cresce, transformando-de num típico degenerado.

Porém, Callum tinha algo importante para uma empresa chamada Abstergo. Ele era o descendente de um dos guerreiros de uma antiga irmandade, chamada Credo dos Assassinos. Callum é apresentado a Dra. Sophia Rikkin (Marion Cotillard), uma cientista da Abstergo que revela esta ligação de Callum e a tecnologia necessária para as incursões na memória genética, o Animus.

Ela é filha do misterioso Alan Rikkin (Jeremy Irons), um dos donos da Abstergo, e que vinha fazendo diversas experiências com vários homens, geralmente criminosos, explorando suas memórias.

A Abstergo fazia acordos com estes homens, promentendo uma nova vida, com um histórico criminal zerado e em troca eles deveriam permitir o acesso a estas memórias, fornecendo a Abstergo um material para suas pesquisas.

Como eu disse que seria sem spoilers, não vou me prender ao enredo do filme.

Vamos ao que eu posso dizer:


O filme não deixa nada a desejar aos fãs. Obviamente os mais puristas reclamarão de algumas coisas, mas os pontos diferentes não afetam os roteiros existentes no jogo.

Particularmente eu gostei destas alterações, pois tornaram o filme mais original, sem fugir dos detalhes que precisam existir.

Por exemplo, a famosa hidden blade está lá. A arma letal dos assassinos aparece diversas vezes em várias cenas de combate e não faltam explicações sobre sua utilização.

O Animus é bem diferente de todas as versões que já vimos nos jogos, o que não o torna pior nem melhor. Gostei da criatividade em criar algo que ao mesmo tempo mostra a conexão genética mostrada no jogo e mostra algo que provavelmente os jogadores perceberam, pois conforme o filme avança, vemos Callum Lynch mais parecido com seu ancestral, o Aguilar de Nerha, tanto na personalidade como nas habilidades que vão sendo conquistadas a medida que as memórias vão sendo sincronizadas (tudo devidamente explicado no filme).


Aliás, diferente do que estão dizendo os críticos, o filme explica que não se trata de uma viagem ao passado. O roteiro deixa claro que Callum apenas revive os acontecimentos, tendo momentos de desconexão por falta de sincronismo e nada pode ser alterado, apenas vivenciado.

O problema, e aqui faço uma crítica aos críticos, é que me parece que algumas destas pessoas vão ao cinema procurando apenas detalhes técnicos e não prestam a atenção no filme. E digo isto com propriedade, pois fui com minha esposa, a qual tomei cuidado de não contar nada da história. Ela nada sabia sobre o roteiro ou sobre os jogos e ficou sem dúvidas ao final, perguntando inclusive se já tinha alguma notícia sobre o segundo filme (algo que eu espero que seja feito).

Temos as cenas de parkour, um dos pontos mais altos dos jogos e também deste filme, com escaladas, acrobacias, perseguições supreendentes que não deixam a desejar, sendo muitíssimo parecidas com as perseguições do jogo e, é claro, o Salto de Fé! Tudo muito bem filmado e bem produzido.

Toda a trama, que gira em torno da luta entre Templários e Assassinos que buscam a Maçã do Éden (amplamente explicada), vão revelando o caráter dos personagens e dando forma a uma história ainda mais surpreendente, mostrando que esta luta continua até os dias de hoje.


Os momentos de Callum com as demais cobaias da Abstergo são muito boas, assim como todas as atuações do elenco de apoio e ajudam a explicar esta trama atual, não ficando presa na antiguidade.

Vi muitas pessoas reclamando que a cenas de Aguilar são poucas, mas eu achei bem balanceado. Não adiantaria deixar este ponto parecido demais com o jogo. No jogo passamos algo em torno de 90% dentro do Animus, mas o jogo foca muito no credo e nas suas ações do passado. Fazer isso no filme eu acho que seria um erro, uma vez que deixaria o espectador com a impressão de estar vendo apenas um jogo e não um filme. Nisso o filme acerta demais, pois consegue criar o vínculo com os personagens atuais, tanto assassinos como templários. Tudo é bem definido e bem desenvolvido.

Enfim, eu achei este o melhor filme baseado num jogo já produzido. Achei as críticas muito rasas, que soam mais como um preconceito definido pela idéia que filmes baseados em jogos são ruins e ponto.

É um filme que agrada fãs, agrada quem quer apenas um bom entretenimento, e acerta muito mais do que erra.

NOTA: 8/10

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