Um bom episódio antes do hiato de inverno
Fala Trekkers!
Enfim chegamos ao chamado Mid-Season Finale da série Star Trek Discovery. Quem assiste sabe que é bastante comum nas séries longas este hiato, que serve tanto para medir a opinião da crítica, como para saber a opinião dos fãs.
Vamos ao review!
S01E09 - Into the Forest I Go
O episódio que marca o fim da primeira metade da série divide opiniões, inclusive deste simplório blogueiro que vos escreve. Não que seja um episódio ruim. Longe disso, porém o roteiro deixou algumas pontas soltas na intenção de dar ritmo.
Finalizando os eventos do último episódio, vemos o desfecho causado pela transmissão do planeta Pahvo, cujos seres pretendem harmonizar o universo. O Capitão Lorca e sua tripulação a bordo da Discovery detectam que a principal nave dos Klingons se aproxima atendendo ao chamado de Pahvo.
Toda a tripulação (incluindo Saru, sempre medroso) entendem que eles são a única linha de defesa de Pahvo diante da ameaça Klingon. Porém, o comando da Frota Estelar não entende assim. A opção lógica é retornar e aguardar reforços.
Lorca decide entrar em velocidade de dobra e atender ao chamado, mas por debaixo dos panos, decide traçar um plano com sua tripulação para defender Pahvo.
O que entendemos (pelo menos foi o que eu entendi até agora) é que Discovery, diferente de todas as demais séries de Star Trek, revela um capitão moralmente suspeito. Lorca parece muito com o que vimos com o Almirante Marcus, em Star Trek Into The Darkness. A guerra vem em primeiro lugar.
Sendo assim, suas ações discutíveis ao longo da série até aqui vão se acumulando. Desde convocar uma amotinada para a tripulação até negar um pedido de ajuda para resgatar uma almirante, Lorca vem demonstrando seu total engajamento na guerra sem medir qualquer consequência, inclusive desobedecendo ordens diretas do comando.
Tudo bem que isso não é de todo incomum no universo Star Trek, porém suas ações são discutíveis do ponto de vista moral. Isso vem gerando críticas, mas na minha opinião é até bom que aconteça, uma vez que mostra um capitão diferente dos demais até aqui. E se pensarmos que ele é apenas um dos protagonistas, Burnham é quem tem a missão de ser a moralmente correta.
Então vemos que o plano é se infiltrar na nave Klingon para tentar coletar dados sobre o mecanismo de camuflagem da nave, dando a Federação vantagem na guerra. Burnham e Tyler são destacados - Burnham sob os protestos de Lorca, que curiosamente não queria deixar ela ir nesta missão. Este ponto ficou inconclusivo para mim, o que pode demonstrar que Lorca tem planos ainda mais misteriosos para Burnham. No mesmo episódio ele não teve o mesmo escrúpulo diante do risco de vida que Stamets correu. Aliás, o cientista é o ponto central do episódio, já que uma parte do plano consiste em fazer com que a Discovery dê 133 saltos ao redor da Nave dos Mortos para coletar os dados da camuflagem. Cada salto é um risco e executar 133 aumenta exponencialmente.
Podemos observar que Stamets vem sendo afetado pela rede micelial dos esporos. Já tivemos vislumbres do universo espelhado e no episódio do Mudd ficou claro que ele está numa espécie de estado temporal diferente dos demais tripulantes. Mesmo assim, sendo essa a única saída, Lorca convence Stamets apelando para sua sede de exploração e descoberta.
O final não foi surpreendente, mas deixa um gancho para o restante da temporada. Não foi óbvio, mas ficou claro no decorrer da trama que o alvo seria este. O diálogo de Stamets e Lorca antes dos saltos serem executados pode ser uma dica do que está por vir.
Por fim, Star Trek Discovery encaminha os espectadores para boas doses de ação e mistério, enquanto a guerra parece longe de ter um fim. O jeito é aguardar até Janeiro para vermos como vai se desenrolar este cenário.
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